segunda-feira, 28 de abril de 2014

A culpa é mesmo das estrelas?



“Eu também esperei muito da vida. Eu quis muitos amigos. Quis amores correspondidos. Quis voltar no tempo para desfazer umas burradas ou talvez para vivê-las de novo. Também quis chorar vendo um filme triste e já quis não chorar na frente de algumas pessoa, foi em vão. Eu quis ser aquela pessoa que todos tem coisas boas pra falar, não só aquele que apontam na rua e sussurram por aí. Mas eu não tive. Não aconteceu exatamente nada que eu queria. Se tenho dois amigos, é muito. Amores correspondidos? É de comer? Nunca senti isso na minha vida. E tudo que eu fiz, ficou exatamente do jeito que era, apenas com alguns retratos borrados que as memórias marcaram. E eu vou te falar mais, eu não morri por causa disso. Claro, algumas vezes você pensa na vida e chora, mas eu não me deixei levar por isso. Porque foi exatamente esse “não ter” que me faz estar aqui, de novo, tentando. Foi exatamente a vida decidir ser uma filha-da-mãe comigo, que eu não desisto. Não desisto mesmo. Quem disse que naufragar também não pode ser uma bela viagem?” 

— A culpa é mesmo das estrelas?

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Todo mundo tem suas manias, eu tenho as minhas. Mania de mexer no cabelo de 5 em 5 minutos, falar alto, encarar quem me olha demais. Mania de pensar demais em você, de acreditar em horas iguais, de ficar imaginando as coisas antes de dormir, mania de rir por bobeira e chorar de nervoso, mania de escutar uma música e ficar me imaginando nela, mania de mudar de humor constantemente, mania de ver minha vida como se fosse um filme - como se ainda fosse ter um final feliz - mania de ter medo de tudo, de falar o que eu sinto e de te perder. Mania de pensar no que já fiz e repetir tudo, mesmo que me arrependa.
 Tati Bernardi

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Você aprende





Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o Sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… Aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve compará-los com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve. Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se; aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou; aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha; aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes… e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.
William Shakespeare

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Odeio gente perfeita demais, sorridente demais. Odeio quem diz “oi, linda” só pra ganhar algo. Odeio quem acaba de me conhecer e já diz “eu te amo”. Odeio. Odeio quem força simpatia, quem finge que gosta, quem diz “ah, somos só amigos” mas, lá no fundo, tá cheio de segundas intenções. Odeio quem chega abraçando, odeio quem faz drama e começa a chorar só pra ser o centro das atenções. Odeio quem se faz de coitado e mais ainda quem dá atenção a isso, mas também odeio quem trata as pessoas como um nada. Odeio o preconceito, mas principalmente, quem diz que a aparência não importa mas não quer ficar com alguém “porque é feio”. Odeio quem fica, de qualquer jeito. Odeio a capacidade que as pessoas têm de beijar sabendo que não tem sentimento. Odeio ilusões. Odeio quem aparece cheio de amor pra dar mas perde o tesão no meio do relacionamento. Odeio quem vai embora, mas odeio quem fica por falsidade. Odeio que tenham pena de mim. Odeio sentimentalismo, por mais sentimental que eu seja, lá no fundo. Mas odeio, acima de tudo, quem me odeia simplesmente por odiar tudo isso.
Tati Bernardi.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Dizem que os melhores textos são escritos quando a gente sente demais, pensa demais e não consegue colocar pra fora. Não sei ao certo como me sinto, e muito menos o que estou sentindo. Não gosto dessa sensação de em uma hora ter tudo, e em outra não ter nada, de uma hora precisar de alguém, e em outra não fazer diferença. Não suporto essa bagunça, esses pensamentos que torturam, que deixam uma ferida aberta como uma lamina afiada. As vezes eu preferia não sentir, e em outras eu quero sentir tudo, quero mergulhar de cabeça, mas não quero nadar sozinho - e se eu cansar, e me afogar na metade do caminho? - eu só preciso de uma certeza, qualquer uma. Não estou pedindo musicas, declarações, não estou pedindo absolutamente nada disso. Um olhar basta, uma palavra é o suficiente. Entenda, só não quero incerteza alguma pra mim, de incerto já basta eu e meus pensamentos.

Junior Araujo - CL69 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012




Mas de vez em quando eu sou até capaz de amar as pessoas. Eu gosto quando elas sorriem, quando elas abraçam e quando são sinceras. Eu gosto das pessoas, mas apenas das pessoas de verdade, sem máscara ou bengala espiritual. E eu gosto de estar por perto, gosto de incomodar, de procurar os risos, de afrouxar os laços. Gosto de cutucar a ferida e depois ir com jeitinho, tentando curar. Gosto de escrever sobre certas dores, que apenas pessoas de verdade tem. Gosto de fazer com as pessoas se sintam amadas, por que elas são. Eu as amo, com seus risos largos, gestos simples, cabelos bagunçados. Amo gente decente, que sabe ser gente, muito mais que biologicamente.


 - Ana Favorin, As pessoas que eu amo.
Eu queria não ter que precisar crescer. Crescer assusta, crescer dói. Dói muito, dependendo do quão cedo você é jogado da zona adolescente direto para a zona adulta. É muito estranho quando você se enxerga velho o suficiente para ir pra um bar e voltar a hora que quiser, mas fica com o rabinho entre as pernas se o seu chefe briga com você pelo atraso logo na segunda de manhã. Colo de mãe é algo realmente milagroso. Eu lembro que quando eu era criança, eu costumava dormir no colo dela porque estava chateada já que aquele dia no colégio tinha sido o dia de levar brinquedo e eu me esqueci de levar minha boneca. Hoje eu preciso de colo porque tenho decisões pra tomar daqui pra frente (algumas me assustam muito, outras, nem tanto…) Mas são decisões que irão realmente fazer a diferença e que irão mudar completamente o sentido da correnteza do meu rio. Decisões que irão fazer meu avião passar por uma forte turbulência. Eu lembro que quando eu tinha 10 anos, eu achava que ter 19 iria ser o máximo e que a vida seria muito mais interessante e divertida depois que eu pudesse ir para uma balada com os amigos e voltar às 7 da manhã. Agora, tenho 19 anos, tenho nojo de balada e às 7 da manhã é o horário que eu estou indo dormir, depois de ter passado horas em frente ao computador. Ou seja, no quesito “virar um adolescente normal”, eu fracassei. E realmente não me arrependo. Até me orgulho de ser estranha do jeito que eu sou. Enfim, crescer é deprimente. Você percebe que você passou anos guardado dentro de uma caixinha, e que agora a vida abriu sua casquinha protetora. E você terá de sair. Sua caixinha serviu pra te guardar enquanto você esteve se preparando pra algum dia, explorar o mundo que existia fora da sua zona de conforto. Às vezes eu irei precisar de colo, mas o colo que eu preciso não estará por perto. Medo de ficar sozinho, todos temos. Mas o medo de se arriscar consegue ser ainda maior. Tudo que é novo assusta demais, gera insegurança, dúvidas, tristezas e angústias. Mãe, cadê meu colo?
 
    Kéfera Buchmann.